Diomedes Chinaski
Eu Não Te Amo
[Letra de "Eu Não Te Amo" por Don L & Diomedes Chinaski]

[Refrão: Don L]
Você não me engana
É tudo superficial
É tudo superficial
Tudo bem, ó
Eu não te amo

[Pós-refrão 1: Don L]
Porque eu andei por aí
Porque eu andei por aí
Colecionando cicatriz
Transformando em pedras
Que ergui numa muralha
Entre o meu coração e o fio da navalha
Pro corte da carne
De qualquer canalha no frio da batalha

[Refrão: Don L]
Você não me engana
É tudo superficial
É tudo superficial
Tudo bem, ó
Eu não te amo
[Pós-refrão 2: Don L]
E quando eu contar minha história
Você vai amar, mas vai ter que pagar
E já que eu tô falando em dólares
Não tem amor, quero cada centavo
E quando eu tiver muito alto, você vai amar
E ouvir o meu: "Eu não te amo"

[Verso 1: Don L]
E é tudo superficial
Se é mentira, não importa, é oficial
O mocinho é o boy ou o policial
O bandido: herói, quando morre, ou é virtual
Uh, nem a trilha é original
Todo mundo é Escobar, agora, ou um Tony
Ninguém quer ser Beira-Mar ou espirrar o sangue
Na sua camisa Gucci, fake Don Corleone
É, então 'cê quer ser o gangsta rap
Posando com seu skunk em snaps?
Porque maconha é muito gangsta, né?
Todo mundo é rockstar
Quando chegam os flashes
E eu deixei o nordeste
Há dois anos, com uma sede de secar a Sabesp
Sem chapéu de palha, nada clichê e velho
Eu vim pra tomar o jogo
Não pra ser um boneco exótico
E forjar um sotaque meio robótico
Com um papo Buda, zen
Pra sugar bem
Pagar cinquenta ao bamba, rei
Do samba, hein?
Se é MPBoy, a grana vem
Igual passarinhos voando
Colando no Leblon, vez em quando
Pra chupar a Lavigne mais
Do que o Athayde faz plano
Na sauna hype do Caetano
Mas eu não te amo
[Refrão: Don L]
Você não me engana (aham)
É tudo superficial (aham)
É tudo superficial
Tudo bem, ó
Porque eu não te amo

[Pós-refrão: Don L]
E quando eu contar minha história
Você vai amar
Mas vai ter que pagar
E já que eu tô falando em dólares, não
Já que eu tô falando em dólares, não
Já que eu tô falando em dólares
Não existe amor em SP

[Verso 2: Voz alterada, Don L]
(No veneno da paixão)
Quando 'cê só aceita o sonho
(Quando eu era mais estrangeiro aqui
Do que ainda sou)
E já sentia que não pertencia ali, também, saca?
(Procurando a liberdade com o que tinha em mãos)
Louco, louco, louco naquelas
(Naquelas ruas que me deram meu primeiro flow)
E ainda tão vivas nesse
(Eu me questionando)
Ô, senhor
(Se romantizar o ódio, não é amor)
E se resistirão os sonhos
Quando a adrenalina, como em um acidente
For o suficiente pra aniquilar a dor
[Verso 3: Diomedes Chinaski]
Amigos viraram números
Amigos viraram números
Amigos viraram números
Jogando o jogo do Diablo
Após o triunfo, só túmulos
Descansem em paz, Digão e Pablo
Isso não é Netflix (não, não)
Maldito jogo macabro
Sem sobretudos e ternos chiques
Esse vazio dói e a falta de tudo afeta a fé
Vendido no Egito que nem José
Meu baby, vou trazer dez mil pra nós
Mas me diz o que são dez mil pra nós
Dez mil tu nem compra um carro
Dez mil tu investe no bairro

[Saída: Don L]
No veneno da paixão (no veneno, no veneno)
Quando eu era mais do que ainda sou
Naquelas ruas que me deram meu primeiro flow
Pra aniquilar a dor