[Letra de "Bane"]
[Verso 1]
O Deus e o Diabo comeram-se
Deram-me à luz depois despediram-se
Deixaram-me no escuro e muito se divertiram
A ver me andar à toa à procura de um motivo..
Eu sou um bom menino, cresci num quarto escuro
Nem havia luz e os olhos já viam tudo
Segui a minha voz e ela contou-me o mundo
Viajei trinta séculos sem passar um segundo
Senti o cheiro a estrume, enxofre, gás de estufa…
O chão eram brasas, sabiam a pantufa
Não havia outras casas, talvez a de uma bruxa
Dava-me poções mágicas e pedaços de fruta
Deviam ser maçãs, tinha duas rãs
Nem imaginas como aquele chão da casa range
Usava collants e uma saia de panos
Tinha sempre medo quando ela fazia o lanche
Dentro do caldeirão não sei o que ela agitava
Ardia a madeira enquanto o fogo escaldava
Toda a sexta-feira às seis da tarde ela ligava
Pa' eu ir beber com ela o chá de ervas que ela plantava
Dread eu ria à brava enquanto ela dava estaladas
Ficava tão confuso, pensava q’ali morava
E ela aprimorava a sopa da pedra escaldada
Só p'a bater na certa ela dava me às colheradas…
Bruxa malvada…
[Refrão]
Eu recebia espíritos na minha cabeça, na minha cabeça, na minha cabeça…
Era bué da químicos na minha cabeça, na minha cabeça, na minha cabeça……
Cada vez que eu lá ia eu vinha do avesso, vinha do avesso, vinha do avesso…
Até que eu aprendi que até no frio eu me aqueço, no frio eu me aqueço, no frio eu me aqueço……
Pa tu veres o estrilho basta ires uma vez, ires uma vez, ires uma vez…
Eu sou Bane, o filho, Peña Duro o meu berço, duro o meu berço, duro o meu berço……