[Verso 1: Emicida]
Calo nas mãos, bola nos pés
Banzo ou não, diz quem tu és
Arranha-céus ou igarapés
Força de bateria nota 10
Ao olho alheio, tio, trem sem freio, viu
É um coração cheio, um estômago vazio
É a bunda da mulata ou é um moleque de fuzil
Paixões e contradições mil
Sou do Cristo do Rio, riso efêmero
Pô, qual tua cor? Valor? Qual teu gênero?
Se descer sem sambar, eles tremerão
Com roteiro de inspirar James Cameron
Terra de Vera Cruz, luz, berço da vida
Os vilão que é do bem, dos heróis genocidas
Sonho de paz, outros Carnavais sou
Povo que tem como seu maior bem
Gritar gol
[Emicidade & Rael]
Gritar gol
Gritar gol
Gritar gol
[Refrão]
Do Oiapoque ao Chui
É isso que eu sou
Mistura de Tupi com sangue de nagô
Recantos de Zumbi
Batuque de tambor
Brasil é isso aí
Em todo canto, por onde for
Por onde for
Por onde for
Por onde for
[Verso 2: Emicida]
E o que resta pra nós, Forca ou amor?
Força de um tambor de pele ou de chumbo
Seja como for, livre ou no jumbo
Raiz fica
No riso do pobre da cidade mais rica
Eu vou pinta o rosto e a rua
Igual criança pura
Cata a única esperança
Alegria na fita
O impasse, batuque na marmita
Apatia na face
Vem ver onde o samba nasce
Ladeira
Entender o segredo da capoeira
Na luta e na dança, truta a cada round
Knockouts e knockouts nossos que a TV não aplaude
Somos reis underground
Matéria prima, Macunaíma
No peito da América Latina
Hi-tech de terreiro, o sonho de Darcy Ribeiro
Dorme em cada brasileiro
Em cada brasileiro
Dorme em cada brasileiro...
[Refrão]
Do Oiapoque ao Chui
É isso que eu sou
Mistura de Tupi com sangue de nagô
Recantos de Zumbi
Batuque de tambor
Brasil é isso aí
Em todo canto, por onde for
Por onde for
Por onde for
Por onde for