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Filipe Ret - Revel (Análise)
Adepto de polêmica, egocêntrico e libertário. Essa é a definição perfeita para o rapper carioca Filipe Ret. Depois de soprar na cena com Numa Margem Distante e toma-la com Vivaz, o passo seguinte se fazia necessário e ele foi dado com lentidão, mais até do que os fãs gostariam.
Levantando polêmicas, puxando multidões e dando muito o que falar, por qualquer motivo, a sua música é uma das últimas coisas que atraem a atenção dos haters, mas os fãs fazem questão de levantar a moral do artista e de avaliarem - nem sempre de forma justa - a parte da sua vida que o fez conhecido em primeiro lugar.Análises:Ret acaba de dar mais combustível para os odiadores, principalmente porque o álbum está muito bom e algumas pessoas não vão querer admitir. A produção é finíssima, Mão Lee comanda a tropa que conta ainda com o próprio Ret e revelações, como NAVE e TropKillaz, complementando o álbum. Liricamente talvez não seja o seu melhor álbum, tanto VIVAZ como a Numa Margem Distante são mais profundos. Porém, as letras combinam com os sons mais melódicos das faixas "sujas", braggadocious ou mesmo até as do seu "alter ego" feminino.
Praticamente sem participações, Daniel Shadow é o único com um verso na faixa "Dutumob II", Ret vai muito bem em cima das produções, fazendo com que sua levada evite que o álbum fique enjoativo. Enfim, assim como Drake na cena internacional, Filipe Ret veio para ficar entre as cabeças do rap nacional, principalmente por ter músicas que agradam ouvintes fora do rap. Pode ser que ele não seja o melhor no conjunto da obra falando de elementos mais tradicionais da cultura hip-hop, mas ainda sim o fato de buscar elementos em outros gêneros fazem dele uma nome a se prestar atenção. Nota: 8 - krayFoi um parto pra esse álbum sair. Desde o início de 2014 se esperava novidades. Dá pra entender que ele é instável, escrever no meio de uma turnê interminável é complicado, mas dar notícias para essa "massa" que o persegue não só nas redes sociais, mas também pelos shows ao redor do país, é muito importante se você se importa com os mesmos.
Dito isso, é hora de entrar no que realmente interessa. O álbum começa com um fogo grande, Chefe do Crime Perfeito é quente como o inferno. Passando por ótimos e bons momentos até o trio que elevou o nível do trabalho, se aproximando muito do que Ret trouxe no Vivaz, seu melhor álbum e um dos melhores da história do rap nacional.
Muita influência do funk melody, do Drake e do Travi$ Scott, o que divide mais algumas águas entre quem ouve o som. Quem gosta ama, quem não gosta odeia. Não que o carioca esteja realmente preocupado com as críticas e os "tiros" que tem recebido ao redor do cenário. Um trabalho sólido de um artista que procura inovar fazendo o que gosta do jeito que gosta.Nota: 8 - ArielBPaivaVeredito Final:É mais do que claro que Filipe Ret deixou suas influências fluírem por todo o Revel. Muito do cenário do pop/trap internacional e o melody da década de 90 estão presentes neste álbum. Como não é só de produção que vive um disco, as letras não deixam de polemizar e proclamar sua maestria como pessoa e artista, além do estilo livre com que leva a vida. Contudo, um pouco abaixo do seu trabalho de estreia, o que não é nenhum demérito visto a profundidade daquele. Mais um passo firme do rapper em direção à um legado sólido no rap brasileiro.Média das Notas: 8