O já experiente músico baiano-carioca prepara o sétimo disco de sua carreira
Desde cedo envolvido no meio artístico por influência de seu pai, o baiano Lucas Santtana carrega consigo uma vasta musicalidade. Tendo já trabalhado com Nação Zumbi, Caetano Veloso, Céu e Arto Lindsay, sua abrangência percorre o axé, MPB, eletrônica, rock samba e cool jazz.
Assinou a trilha sonora da animação Morte e Vida Severina e tem canções nas trilhas de Deus é Brasilieiro (Cacá Diegues, 2003), com "Lycra Limão" e Surfe Adventure 2 (Roberto Moura, 2009). Discos inéditos são seis. Já na estreia, Eletro Ben Dodô (2000) foi indicado pela revista The New York Times, em 2002, como um dos discos independentes do ano. Já seu quinto disco, O Deus Que Devasta Mas Também Cura (20012) ganhou nota máxima do jornal britânico The Guardian e da edição alemã da revista Rolling Stone.
Em 2017 prepara seu sétimo disco, considerado um "áudiofilme",
Modo Avião, por englobar contos em meios às músicas e ser gravado com sistema binaural, o chamado "som 3D", simulando o ouvido humano.
Capa do áudiofilme Modo Avião, lançamento da Natura Musical
Confira um ranking dos discos de Santtana segundo a equipe:6. Parada de Lucas2003, Diginois
Inspirado na obra de Milton Santos, geógrafo e
sociólogo negro baiano, o segundo álbum do músico
traz grandes canções como "Eu @ com você" e "Samba
Cubano", parceria com o co- produtor do disco, Plínio Profeta, "Teclado Cássio Vulgar"
com Quito Ribeiro e "Lycra Limão", presente na
trilha de Deus é Braileiro e regravada no
seu disco seguinte.5. Sobre Noites e Dias2014, No Format
A começar pelo título, uma referência ao livro favorito de Santtana, Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, podia-se esperar que este seria um disco um tanto memorável e íntimo. É o que se afirma com as faixas “Partículas de Amor” e “Blind Date”, que juntas definem bem o sentimentalismo responsável por sua criação, feita ainda em turnê na Europa, quando Santtana tocava no formato de trio, ao lado de Bruno Buarque e Caetano Malta. ‘Sobre Noites e Dias’ diferencia-se do que viria a ser uma coisa corrida e cansativa, sendo destaque justamente por sua universalidade ao misturar faixas em inglês com a reafirmação do sotaque baiano. No todo, isto seria uma narrativa da solidão.4. Three Sessions in a Greenhouse2006, Digionois
A eletrônica, presente na maioria dos seus
trabalhos, esteve nos antecessores Eletro Ben Dodô
e Parada de Lucas e também nos que vieram na
sequência, mas não como se vê em 3 Sessions. É aí onde o disco se diferencia. As influências da MPB, dub, samba,
reggae e rock se fazem mais presentes, mais pungentes. Não se pode ignorar a influência do Nação Zumbi e o
movimento manguebeat. A busca de uma identidade
musical e o discurso político se combinam em suas obras. Apresentando esse vasto de influências, há também espaço
para "Ogodô Anos 2000" do grande Tom Zé, e ainda sua
versão para "Faixa Amarela" de Zeca Pagodinho.3. Eletro Ben Dodô2000, Natasha Records
Logo na estreia Santtana mostrava sua
grande capacidade de condensar estilos.
Unindo uma formação erudita com a efervescência
do rock acústico, axé com uma cobertura MPB, o disco foi muito bem recebido, sendo lançado no Japão em 2002 após a The New York Times eleger um dos melhores disco independentes do ano. Canções como "Deixe o Sol Bater", com Seleção Natural, "Inho, Inho", "Itapu@ Anos 2000" e a romântica "Mensagem de Amor" são das mais celebradas de seu repertório. Um debute de gala e festejante2. Sem Nostalgia2009, Mais Um Discos
Este é um disco rebelde, eu diria. Porque nele
há fundamento do ‘ser diferente’, e como sugerido: nada nostálgico. Santtana aqui volta à crueza do Voz
e Violão, em uma sonoridade orgânica e ainda assim, sem deixar de lado o som ambiente, samples e softwares e o instrumentalismo que surge nas faixas “O Violão de Mario Bros” e “Super Violão Mashup”, servindo como ponte para o que vem a seguir. “Cira, Regina e Nana” é a clássica canção, que revigora este quarto trabalho de sua carreira, eternizando-se como um molde aos trabalhos posteriores.1. O Deus Que Devasta Mas Também Cura2012, Mais Um Discos
A grande obra de Lucas é também o mais
orquestral e íntimo. Criado a partir da canção título,
as músicas são narrativas de momentos da vida do
músico, reunidos em peças emocionantes. A faixa título foi regidas pelo maestro também baiano Letieres Leite e sua Orkestra Rumpilezz. Pelo disco ainda há participações de, entre outros, Céu, Curumin, Kassin, Gustavo Ruiz, Gui Amabis e Guizado. Um trabalho maravilhante e grandioso