Os integrantes: Wendeus, Rômulo Boca e Lucas FelixApós 3 anos do diferenciado e excelente "Da ALMA ao Caos, LAMA na Casa"(2015), o grupo A.L.M.A. lançou em janeiro o excêntrico "Ouro, Incenso e Mirra". Recheado de participações de artistas de peso, como Diomedes Chinaski, Victor Xamã e Makalister, o disco escancara a qualidade e amadurecimento do grupo.
Conversamos com o grupo sobre o processo de criação do álbum, o que ocorreu no intervalo de lançamento e projetos pessoais. Confira a entrevista completa abaixo.Genius Brasil: Vocês acreditam que tenham evoluído pessoalmente em qual aspecto entre o lançamento do último álbum e o novo?Wendeus: Evoluímos sim como pessoa, agora temos um controle maior sobre o que criamos. O outro disco gravamos meio que num tiro só! Nesse, temos mais controle de tudo que ocorre.
Rômulo Boca: Pô, essa evolução se faz óbvia até por tudo que a gente passou, saca? Sei lá, mais no aspecto de amadurecimento do saber o que falar, como falar, o que fazer e como fazer.
Felix: Espiritualmente.GB: Falando sobre esse período sem lançamento de um novo álbum do A.L.M.A., vocês acham que ele foi necessário para o fortalecimento do grupo?Wendeus: Sim e não, sim pelo fato de termos conseguido achar um balanço e um controle sobre o que fazer. E não porque ficamos muito tempo sem soltar algo. Como estamos em fase de ascensão, isso nos prejudicou.
Boca: Foi até certo ponto [necessário]. A gente quase rompeu várias vezes. Mas, no fim, nos tornamos pessoas mais brandas e centradas!
Felix: Sim, porque, nesse intervalo de tempo, os membros foram descobrindo fórmulas e caminhos para melhorar a produção do grupo. Fortalecemos outras áreas criativas e, graças à OQ, produções que trabalhei por um período não ter cumprido sua promessa de finalizar o disco do A.L.M.A, nós conhecemos o pessoal do Cabine, onde gravamos o CD, e conseguimos fundar uma sociedade mais sólida.GB: Vocês deram inícios a alguns projetos pessoais paralelos ao grupo, como a gravação de álbuns solos e, ainda, o canal “(de) bate boca” . Como vocês têm conseguido conciliar todos esses projetos? Isso tem sido positivo ao grupo?Wendeus: Tem sido positivo, sim. A gente aprendeu a conciliar com calma.
Boca: Cara, conciliar isso é tranquilo. A gente foi pra outros projetos e isso fez com que a gente explorasse zonas criativas novas. É muito importante!
Felix: A gente concilia com organização e dedicação, e, sim, é positivo, até porque, mesmo sendo projetos solos, continuamos interligados neles.GB: Ainda sobre projetos paralelos, os álbuns solos devem sair ainda esse ano?Wendeus: O meu e o do Felix, sim, o do Rômulo, não sei.
Boca: Acho que esse ano eu só vou de single mesmo. Tô meio sem pressa pra isso.
Felix: Se Deus quiser.GB: Notamos que vocês trouxeram nomes de peso da cena para a produção do disco, como Will Diamond, Victor Xamã, Eloy Polêmico, entre outros. Vocês já os conheciam há um longo tempo? Como foi essa aproximação? Existia algo característico na forma de cada um produzir que funcionava com a faixa que
produziram?Wendeus: Alguns já eram amigos e outros foi mais um laboratório.
Boca: Mano, foi a coisa mais natural possível e ele estavam lá mais pela amizade e identificação do que por qualquer coisa!
Felix: Victor Xamã e Eloy já eram grandes amigos. O Will era próximo do grupo. Mas o 'Entre outros' esperamos conhecer um dia. (Risos).GB: Um fator muito perceptível neste novo álbum é que quase todas as músicas possuem participação de outros artistas. Isso foi algo planejado, ou foi algo que simplesmente foi acontecendo?Wendeus: Foi acontecendo. A gente planejou só algumas. O resto foi acontecendo.
Boca: É estranho isso, foi acontecendo e ao mesmo tempo foi tudo muito planejado. Era mais pra suprir uma carência do primeiro CD. Mas os outros moleques têm uma percepção diferente.
Felix: Planejado. A intenção desse disco era de ter essas pessoas nele.GB: Sabemos que o seu primeiro álbum “Da Alma ao Caos, Lama na Casa”, de 2015, o processo de produção durou 1 mês. Agora, em 2018, vocês estão lançando o seu segundo disco, ou seja, quase três anos depois. Esse disco foi produzido ao longo desses três anos ou num período menor?Wendeus: Foi um disco feito entre dois e três anos, mas tem beat de 2014 nesse álbum.
Boca: Foi um processo longo e esticado, começamos em um canto, foi pra outro. Eu e o Felix escrevemos metades das nossas letras em cacos durante dois anos e a outra metade em um fim de semana. Mas foi esticado por esses três anos!
Felix: Ele foi gerado, sim, ao longo desses três anos.GB: Percebemos que nesse disco há á diversas referências, desde Charlie Brown Jr. até o Cristianismo. Quais foram os principais materiais de inspiração e pesquisa para a construção do disco, tanto para as letras quanto para a própria capa?Wendeus: Pô, mano, é tudo que a gente vive e vê saca? Seria até meio superficial ir num rumo de pesquisa, entende? Tipo 'O que seria melhor citar aqui? Isso, isso e aquilo?' É um fluxo de consciência natural.
Boca: Tudo que a gente vê, ouve e vive. E as coisas saem!
Felix: A vida, gibis e Galinha Pintadinha!GB: Quais os próximos passos pro grupo?Wendeus: Acho que o próximo passo é se consolidar de uma vez. Porque a gente já inspirou muitos caras que conseguiram isso, e a gente precisa [se consolidar].
Boca: Ir mais um pouco, sei lá. Eu sei o que eu quero, mas não sei responder isso sem soar clichê e pretensioso. É o que o Wendel disse aí.
Felix: Estabilidade profissional e financeiro. Isso envolve autonomia, né? E o disco novo.Leia todas as letras do Ouro, Incenso e Mirra aqui!