[Letra de "Centauros" com Fábio Brazza, Sant]
[Verso 1: Fábio Brazza]
A cada som me cobro por mais sabedoria
Mas nesse mundo sem sentido, por que minha música faria?
Seria muita utopia viver de poesia
Num país onde pra cada 3 farmácia que abre, fecha uma livraria?
Veja bem, cada um tem o seu próprio painkiller
Farmacêuticos também são drug dealers
E o que a gente tem cantado no rap influencia os moleque
Armas mataram Big e Pac, drogas Mac Miller!
Será que é nosso carma? Droga, festa, arma
De um lado a biqueira, do outro a extrafarma
Sera que a rima é o fim da linha, um tiro na boca
Ou será que no fim da minha, te tiro da boca?
Acorda Brazza, o fim do mundo se aproxima
E cê achando que pode salvá-lo na próxima rima?
Quando faz o mic check, tá atrás de like e cheque
Enquanto chega na sua casa mais um Nike Pack
Ah, tô pouco me lixando
Vejo vários num importado que tão pouco se importando
O rap bem na foto pra você é uma selfie?
Se preocupa tanto com o hype que nem escuta quando o gueto grita help
[Refrão: Fábio Brazza]
Joguem as mãos para o céu e as armas no chão (uh, uh, uh)
Mira o papel e acerta bem no coração (uh, uh, uh)
Só o que eu tenho é uma chance e uma rima
Eu não posso falhar na missão (não!)
Mira o papel e acerta bem no coração
[Verso 2: Fábio Brazza]
Disseram pra eu me jogar, só vejo prédios
Peço ajuda e ao invés de abraços, me receitam remédios
E ninguém imagina que por trás da cortina a angústia me domina
É foda, like vicia mais que cocaína
Calma, não deixe que isso te cegue
Foda-se quem te segue, você faz poesia ou cê faz pose?
Seguidores não querem dizer nada, irmão
Hitler tinha milhões, Jesus só tinha doze
Ainda assim ele foi traído
Isso só mostra o quanto a gente tá iludido
O quanto nada disso faz sentido
Essa multidão semeia solidão
Nossa felicidade depende da opinião de um desconhecido?
Te aconselho a ficar offline
A revolução não vai aparecer na sua timeline
Eles não tão falando do som do Jay-Z, nem tão atrás de táxi
Quando eles dizem que só querem 99
E o que adianta um rap de punchline
Se eu não tiver fé que a rhyme vai livrar os moleque da Tec-9?
Quantos morrem todo ano, na mira do cano, copiando os americano?
Até Suzano virou Columbine
Já vi com meus próprios olhos
O Hip-Hop transformar moleques em centauros
Armados, mas sem Taurus
Sabota trocou a arma pelo mic
Mas ainda precisamos de mais cem Mauros
[Refrão: Fábio Brazza & Sant]
Joguem as mãos para o céu e as armas no chão (uh, uh, uh)
Mira o papel e acerta bem no coração (uh, uh, uh)
Só o que eu tenho é uma chance e uma rima
Eu não posso falhar na missão (eu não posso falhar) (não!)
Mira o papel e acerta bem no coração
[Verso 3: Sant]
(Sant!)
Talvez eu minta até me convencer (até me convencer)
Talvez um dia eu sinta que é verdade (eu sinta que é verdade)
Talvez o sofrimento seja hereditário (seja hereditário)
Talvez seja só vaidade (talvez)
Talvez a vida tenha seus motivos (tenha seus motivos)
Talvez os meus motivos não tiveram vida (não tiveram vida)
Talvez a saída mais fácil se tornou a única por não enxergarmos saída (é...)
Brazza, eu prometi pra mim que faria meu tempo
Mas veja eu sou um grão (eu sou um grão)
Fiz da ampulheta templo, talvez a incerteza é chão
E a natureza sample (aham)
Talvez o destino do homem
Esteja na balança entre seus erros e honras (entre seus erros e honras)
Talvez o mundo te faça ninho de cobranças (de cobranças)
E os ciclos meras lembranças (é...)
Talvez de fato, exista apenas um caminho (um só)
E o caminhar que nos confunde (o caminhar que nos confunde)
Ou talvez nada exista (nada)
E a confusão inspire (o quê?)
Algo que o talvez aprofunde
[Refrão: Fábio Brazza]
Joguem as mãos para o céu e as armas no chão (uh, uh, uh)
Mira o papel e acerta bem no coração (uh, uh, uh)
Só o que eu tenho é uma chance e uma rima
Eu não posso falhar na missão (não!)
Mira o papel e acerta bem no coração